terça-feira, 20 de agosto de 2013

FOLCLORE 5º ANO

O que é Folclore
Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo. 

Região Sul ( Paraná • Santa Catarina • Rio Grande do Sul )

1- Danças: congada, cateretê, baião, chula, chimarrita, jardineira, marujada.
Congada
Bailado popular que acontece em algumas regiões do Sudeste brasileiro, como nos estados do Paraná e Minas Gerais, como também no Nordeste, na Paraíba. Esta manifestação cultural tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de guerra do povo africano, como a do assassinato do rei de Angola, Gola Bândi. Na congada dramatizam uma procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros que levam a rainha e o rei negro até a igreja, onde serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.
Cateretê
Também chamado catira, cateretê, é uma dança de origem indígena e dançada em muitos estados brasileiros. Foi bastante usada pelo Padre Anchieta que em sua catequese, traduziu para a língua tupi alguns textos católicos, assim enquanto os índios dançavam, cantavam trechos religiosos, por este fato é que muitos caipiras paulistas consideram muitas danças diabólicas, menos o cateretê. Os trajes usados são as roupas comuns de todo o dia. A dança varia em cada região do país, mas geralmente são dançadas em duas fileiras formadas por homens de um lado e mulheres do outro, que batem o pé ao som de palmas e violas. Também pode ser dançada só por homens. As melodias são cantadas pelos violeiros. Alceu Maynard Araújo registra e explica em sua obra que essa dança usada pelos catequistas, é muito conhecida e difundida entre os caipiras do Estado de São Paulo. Nas zonas litorâneas que temos visitado desde Angra dos Reis (Estado do Rio de Janeiro) até baía de Paranaguá (Estado do Paraná) ele é dançado com tamancos de madeira dura.
(...) Além disso, foi dança de um grupo social, dos tropeiros. Documentos abundantes mostram que, desde o Cubatão até o Interior mais distante, os tropeiros, de tropa arriada e de animais chucros, transformavam os pousos e ranchos em sedes de danças por eles preferidas, quase sempre o bate-pé. Na descrição por Hércules Florence (N.E.: o "pai" brasileiro da Fotografia, e que percorreu o Caminho do Mar no século XIX) do pouso de Cubatão, 1829, se vêem até os assistentes do sapateado batendo com as mãos nos bancos a fazer o ritmo.
Pau de Fitas
A Dança Pau de Fitas é uma tradição milenar, originária do meio rural que aparece em alguns países latino-americanos como: a Espanha, Inglaterra e outras regiões da Europa. Este tipo de dança também já existia na América, muito antes de seu descobrimento e os maias ainda incluem em seus costumes. Aparece ainda, entre os mineiros de Nuanda, no Peru, no século XVIII. Em São Benedito de Los Andes, na Venezuela, foi registrada dança semelhante aos paus-de-fita dançados aqui no Brasil.
Em tribos pagãs essa coreografia tinha o significado de dança da fertilidade. Era executada em torno de um totem na forma de membro viril, em que as mulheres estéreis realizavam um culto, fazendo evoluções e invocando a proteção dos deuses para por fim à esterilidade.
Em muitas partes da Europa, na primavera ou no princípio do verão, ou mesmo no dia do solstício de verão, era e ainda é costume ir passear pelos bosques, cortar uma árvore e leva-la para a aldeia, onde era erguida em meio à alegria geral. A intenção deste costume era levar para cada uma das casas da aldeia, as bênçãos que o espírito da árvore tem o poder de conceder. Até hoje, mastros de maio, adornados de flores e fitas, são levantados são levantados no primeiro dia do mês de maio, tendo como objetivo, atrair o frutificante espírito da da vegetação, recém-desperto pela primavera.
No Brasil, esta dança, é encontrada em vários estados, fazendo parte do repertório de grupos folclóricos de várias etnias. Nos países de origem portuguesa, ela geralmente está associada à Dança dos arcos e flores e à Jardineira. A apresentação desta dança é uma das mais bonitas do folclore catarinense. Para o seu desenvolvimento é necessário um mastro com cerca de três metros de comprimento, encimado por um conjunto de largas fitas milticoloridas. Os dançadores, sempre em número par, seguram na extremidade de cada fita e, ao som de músicas características, giram em torno do mastro, revezando os pares de modo a compor trançados no próprio mastro, com variados e coloridos desenhos. No Rio Grande do Sul estes trancamentos tomam o nome de: “Trama”, “Trança” ou “Rede de Pescador”.
Em Santa Catarina há o”Tramadinho”, “Zigue-Zague”, “Zigue-Zague” a dois, “Trenzinho”, “Feiticeira” e “Rede de Pescador”. Segundo Doralécio Soares, existem traçamentos em que são homenageadas pessoas ou entidades, cujo nome vai aparecendo no ato do trançamento.
2- Festa tradicionais: Nossa Senhora dos Navegadores, em Porto Alegre; da Uva, em Caxias do Sul; da Cerveja, em Blumenau (Oktoberfest); festas juninas; rodeios.
3-Lendas: Negrinho do Pastoreio, do Sapé, Tiaracaju do Boitatá, do Boiguaçú, do Curupira, do Saci-Pererê.
O Boitatá
O Boitatá, reza a lenda, é um monstro em forma de cobra que sobreviveu a um grande dilúvio enterrado em um buraco. Acostumou-se a enxergar no escuro e por isto seus olhos cresceram - dizem até que no lugar de olhos há duas bolas flamejantes. Por isto, de dia é quase cego; de noite, vê quase tudo, e é a hora que o Boitatá sai para se alimentar de restos de animais. No Sul, mais precisamente em Santa Catarina, conta-se que o Boitatá tem esses olhos luminosos por se alimentar apenas dos olhos dos animais, absorvendo toda sua luz.
Perseguindo os viajantes noturnos ou simplesmente vagando por aí com sua luz brilhante, o Boitatá é também chamado de "Cumadre Fulozinha" ou "Batatão" no Nordeste do Brasil, ou de fogo-fátuo. No Sul, é conhecido como "Baitatá", "Bitatá". E conta-se que quem vê sua luz na noite fica cego ou enlouquece de vez.
A origem de seu nome parece ser indígena, vinda da expressão "mbaê-tata", que significa coisa de fogo. Para os índios, o "mbaê-tata" mora no fundo dos rios. Em 1560, Padre Anchieta já havia descrito como o mbaê-tatá era temido pelos índios - uma espécie de assombração muito perigosa. Igualmente em relação aos africanos, que trouxeram o mito do Biatatá, que também habitava as águas fundas e caçava à noite. E nem sempre o Boitatá é visto como mau: em algumas tribos indígenas, e também no Sul do Brasil, é protetor da mata contra incêndios.
Na verdade, é comprovado cientificamente que o fogo-fátuo é um fenômeno comum em áreas pantanosas e onde há sepulturas e carcaças de grandes animais. A ilusão de um grande fogo em movimento seria efeito de gases inflamáveis desprendidos, vistos de longe.
O Curupira
O curupira é um indiozinho peludo, com os cabelos e pés virados para trás, protetor das plantas e animais das florestas. Vive montado em um porco do mato e tem um cachorro chamado Papamel, de que não se separa; ao ver alguém na mata, avisa-o, cantando. Também dizem que se disfarça e ilude o caçador que o persegue, fazendo-o embrenhar-se na mata até se perder e morrer de fome.
Os pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que seguiriam rastros falsos até se perder na mata. Só os que caçam por necessidade são protegidos.
É também conhecido como caipora ou caapora e protege as fêmeas grávidas e os filhotes de todo tipo de animal. Os caçadores que temem o curupira não perseguem estes bichos e não caçam à sexta-feira em noite de luar e nem aos domingos e dias santos. Para agradar esta criatura das matas, os índios costumavam deixar-lhe presentes nas florestas, como penas, esteiras e cobertores.
O Saci-Pererê
O saci-pererê é um moleque negro, de uma perna só, que usa uma carapuça vermelha e fuma um cachimbo de barro. Dizem que a sua força está na carapuça: quem conseguir apanhar e escondê-la fará do saci seu escravo por toda vida. É brincalhão, pode aparecer em qualquer parte. Tem as mãos furadas no centro e seu maior prazer é brincar com uma brasa acesa que faz passar de uma para outra mão pelos furinhos das palmas.
Em certas regiões, porém, o saci é visto como uma entidade ruim. O mais comum é a versão do saci como um moleque cheio de travessuras: esconde brinquedos, chupa o sangue dos animais das fazendas, embaraça a crina dos cavalos, gora os ovos da galinha, "reza" os milhos de pipoca para não estourarem...
E quem captura um saci e consegue se apoderar de sua carapuça, pode pedir favores ao saci em troca. Ele fará qualquer coisa para tê-la de volta!
4- Pratos: churrasco, arroz-de-carreteiro, feijoada, fervido.
5- Bebidas: chimarrão, feito com erva-mate, tomado em cuia e bomba apropriada.

TIPOS DE FOLCLORE

Mitos e Assombrações:
*Corpo Seco;
*Pisadeira.

Lendas:
*Boto;
*Saci-Pererê.

Adivinhas:
*O que é que é surdo e mudo, mas conta tudo?
Resposta: o livro;
*O que é o que é que sempre se quebra quando se fala?
Resposta: o segredo.

Promessas:
*Promessa 1
Santa Luzia
Passai por aqui
Com seu cavalinho
Comendo capim
Tirai este cisquinho
Que está aqui;
*Promessa 2
Menino Jesus da Lapa,
Vestido de azul Celeste,
Vou fazer a minha prova,
Por favor, seja meu mestre;

Quadrinha:
*ENCONTRO COM LOBISOMEM
Antonio Cícero da Silva
Dizem que lobisomem
É meio bicho e meio homem
Que nas noites de lua cheia
A tudo que encontra consome.
É folclore no Brasil
Mas alguém fala existir
É monstro feio cabeludo
Ao falar dele todos param de rir.
O lobisomem rasga os cachorros
Por onde passa deixa o rastro
É sanguinário é bestial
Maltrata os animais no pasto.
Encontrei com um lobisomem
Quando ia [...];
*A GATA MARICOTA
A minha gata Maricota está no cio
É madrugada e dormir é um desafio
Ó seu João vai acabar com a serenata
Olha o seu gato no telhado da Renata.
Toma cuidado porque a gata está no cio
É madrugada e dormir é um desafio!
Pega essa gata que não para de miar
Toma cuidado que ela pode te arranhar
A minha [...]

Trava-Língua:
*A babá boba bebeu o leite do bebê;
*Chega de cheiro de cera suja!

Parlendas:
*Tropeiro fala de burro,
Vaqueiro fala de boi,
Jovem fala de namorada,
Velho fala que foi;
*O Papagaio come milho.
periquito leva a fama.
Cantam uns e choram outros
Triste sina de quem ama.
Fórmulas de Escolha:
*Anabu, anabu
Quem sai és tu
Porque és filho de tatu
Vais casar com urubu;
*Uma pulga na balança
Deu um pulo e foi à França
Cavalinhos a correr
Menininhas a brincar
Vamos ver quem vai pegar.

Ditados Populares:
*Pela carga se conhece a carruagem;
*Cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça.

Superstições ou Simpatias:
*Para ser feliz no amor – No terceiro dia da Lua Nova, coloque, num copo sem uso, um apitada de sal, três gotas do seu perfume preferido e um papel com seu nome, idade e endereço. E, em seguida, uma rosa. Quando a rosa murchar, faça um banho de pétalas, com olhos fechados, pensando na pessoa que você ama (simpatia);
*O espelho – Não se deve olhar o espelho durante à noite, pois quem o fizer irá ver a própria assombração. E, se um espelho se partir, é porque alguém da família irá morrer (superstição).

Frases de Para-Choques de Caminhão:
*A velocidade que emociona é a mesma que mata;
*Um falso amigo é um inimigo secreto.

Jogos Populares e Tradicionais:
*A Galinha e o Gavião
O jogo consiste em escolher o gavião e a galinha através de uma forma de seleção qualquer. As demais crianças são os pintinhos. Forma-se uma coluna com um pintinho segurando o outro na altura da cintura, ficando a galinha na frente de todos.
O gavião fica solto e o seu objetivo é capturar os pintinhos, começando pela extremidade oposta à da galinha. É determinado um tempo para a captura (2 minutos, ou uma contagem até 50, por exemplo). A galinha deve proteger os pintinhos, enfrentando o gavião e fazendo com que todos os pintinhos sejam colocados para longe dele. Depois do tempo determinado, as posições são revezadas: a galinha passa a ser o gavião, o gavião o último pintinho, e o primeiro pintinho a nova galinha.
Brincado na região central de Mato Grosso, descrito por Alexandre Moraes de Mello, em Jogos Populares Infantis como Recurso Pedagógico de Educação Física, publicado em 1985, também conhecido por "Gavião e os Pintinhos", muito semelhante ao jogo do jaguar, descrito em "Influência Indígena".
Pode-se dizer que a furiosa truculência dos senhores de engenho e dos latifúndios contra os escravos manifestava-se nos mais inimagináveis castigos, desde as surras de chibatas ao tronco, até o martírio das argolas nos pés, além da prisão do negro pro intermédio de um prego ligando a orelha à madeira, estimulando fugas incessantes dos negros aos quilombos. Logo surgiu a figura do capitão-do-mato ou capitão-de-campo, caçador de negro fugido, que aparece no folclore da criança do norte, Sudeste e Nordeste, redutos de negros, e se manifesta no jogo de pegador, onde a figura central é o caçador de negros;
*Capitão-de-campo-amarra-negra
Veríssimo de Melo (1950, p. 1) descreve capitão-de-campo-amarra-negra como o jogo predileto dos meninos de Vitória (ES) no início deste século. Primeiro escolhe-se um menino para ser o fugitivo, através de qualquer forma de seleção. Este corre e some pela rua. Lá longe, fora da vista de todos, ele dá o sinal convencionado, anunciando que os companheiros já podem procurá-lo. O sinal é o grito: “capitão-de-mato-amarra-negra!”
Todos correm em várias direções para localizá-lo e agarrá-lo.
Basta tocá-lo para que ele seja substituído e recomece a brincadeira.
Provavelmente histórias fantásticas em torno das façanhas dos capitães de mato impressionaram o imaginário infantil, gerando o jogo